segunda-feira, junho 13

Facilmente se diz o que nas mãos não cabe..!

Desistiria de toda a esperança se me ordenares-ses,

Permaneceria difusa, com as mãos vazias e o coração acelerado.

De repente daria uma volta, três voltas se possível,
De graus diferentes, de vertigens rápidas,
Sempre no caminho que traçasse com os olhos apaixonados pelo ar.

Na distância do que foi e do que as fará permanecer

Os gestos como lanternas acesas, as palavras como faróis que guiam

A facilidade do sol que a aquece.


Perdoei ..? Sim, com todo o meu coração.
Esquece-lo ..? Não... Talvez um dia, mas hoje ainda tenho medo ...ainda tenho pesadelos..
assim...

Facilmente te dará o que não lhe cabe nas mãos…

quarta-feira, junho 1

e se eu pudesse...

Fugir. 
Deixar que o tempo passe por mim e apague as dores e as mágoas e as lembranças. 
Ficar vazia, sem pensamentos, por um dia. 
Por um mês. 
Um ano. 
Morrer depressa. 
Apagar os vestígios de mim no mundo. 
Talvez um dia renascer. 
Quem sabe menos deprimente. 
Com mais energia. 
Menos entrega. 
Menos paixão. 
Menos eu. 


Fugir. 
Enterrar-me num pedaço de papel e voar com o vento para qualquer lugar. 
Bem longe daqui, longe de mim. 


Fugir. 
Reinventar-me no corpo de alguém. 
Sem promessas. 
Sem futuro.
Sem vergonha. 
Sem passado. 
Sem presente. 
Só o minuto do calor dos corpos e do cheiro que fica sempre no ar. 


Fugir. escapar-me entre os meus dedos que procuravam afincadamente outros dedos em que se pudessem encaixar. 


Apenas fugir de mim.


se pudesse, não iria ...não agora !