sexta-feira, março 25

Efémero...!

O que nos faz, mais do que tudo, querer viver?
O que é que nos faz querer ser livres?
Quando sabemos que somos livres?
Como sabemos que vivemos?

Os outros não sei. 

Eu sinto a vida através do silêncio. 

Da ausência de pensamento.
Do sentir quando não está, do saber quando não se vê, do amar quando se esgotaram as forças. 
Destes minutos que são horas, que eu faço companhia a mim mesma, e ao mesmo tempo a tanta gente me rodeia, sem o estar. 
Dos cinco que estão lá, que afinal são dois, mas não importa, parecem vinte. 
Deste não olhar ao espelho e ver a minha alma com os meus dedos.
Deste não sair do mesmo sítio e viajar para longe, ou para o outro lado da ponte.
Aceitar quem sou e como estou. 

Gostar de quem conheço. 
Acreditar, e mais que tudo, sentir que não há razão para fugir do que existe, porque se existe, é para mim. 
Para que eu me possa construir e me moldar ao que me rodeia.
Aceitar o meu destino, mas não me deixar vencer. 

Reconhecer as oportunidades certas para o mudar. 
E não perder a energia a pensar no que passou, e não planear o que não pode ser planeado. 
Saborear-te na viagem, e ter a companhia certa. 
Ter tempo para respirar, para tocar, para ouvir. 
Ver o mar, ouvir a chuva, tocar nas paredes das casas. 
Ter prazer nas pequenas coisas. Divagar.



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